segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ao sul

Minhas mãos estão em carne viva, lascas de pele é tudo que resta.
O sol queima, a água arde.
Água há pouco e o sol abunda.
Em tudo há sol e ao sul não há nada.
Nada além de uma estrada de areia,
Um homem trajando farrapos listrados caminhando sem pressa,
Arrastando com dificuldade o seu fardo. 
(Certamente uma extensão mais pesada que seu próprio corpo)
No seu rosto não há sorriso, nem tristeza, nem medo.
Apenas olha a estrada, vai se afastando passo a passo do ponto de partida
E se aproximando, passo após passo da linha de chegada.